Lesões no jiu-jitsu e como evitá-las
O jiu-jitsu é uma arte marcial que tem como principais técnicas as chaves em articulações e estrangulamento, teve sua popularização na década de 90 com a família Gracie se destacando em lutas do UFC.
As lutas são divididas por categoria de idade, peso e graduação (geralmente faixa branca, azul, roxa, marrom e preta) e tem duração de 2min até 10 min. A vitória do atleta pode ser por pontos, finalização ou desqualificação do adversário.
Assim como as outras artes marciais, nem todos os praticantes são competidores. Há praticantes que treinam o jiu-jitsu para ter uma melhor qualidade de vida, outros como defesa pessoal e há os competidores amadores e profissionais.
Independente do objetivo do praticante, todos estão sujeitos a lesões durante os treinos. Uma pesquisa publicada na revista Sports (2017) avaliou 140 praticantes de jiu-jitsu e 85,7% deles reportaram algum tipo de lesão no último ano de treino.
O interessante nessa pesquisa é que eles classificaram as lesões tanto as auto-diagnosticadas como as diagnosticadas por profissional de saúde. As lesões auto-diagnosticadas foram lesões mais brandas mas que impediam o atleta de treinar ou faziam com que ele tivesse que adaptar o treino por pelo menos uma semana. Quando as lesões foram mais sérias, os praticantes de jiu-jitsu tiveram que procurar um profissional da área da saúde para realizar diagnóstico e tratamento.
As lesões auto-diagnosticadas afetaram principalmente as extremidades:
mãos e pés, seguidas de cotovelo e joelho. Já as lesões que necessitaram atenção médica foram infecções de pele, joelhos, pés e ombros.
Outro estudo realizado em 2019 e publicado na revista Physical Therapy in Sports avaliou 1287 praticantes de jiu-jitsu para determinar e caracterizar as lesões apresentadas pelos praticantes de jiu-jitsu nos últimos 6 meses de prática.
Neste estudo, 59% dos atletas apresentaram alguma tipo de lesão. Verificou-se que as principais causas eram: lesões anteriores não tratadas (lesão crônica), aquecimento inadequado, desequilíbrio entre treino e descanso (overtraining) e companheiro de treino “perigoso” com menos técnica.
As áreas mais afetadas são apresentadas na figura abaixo
Algumas dicas para você se manter longe de lesões:
- Verifique se há espaços/buracos no tatame e tente consertá-los, eles são grande vilões dos dedos, pois você pode enroscá-los e consequentemente machucar-se;
- As bandagens nos dedos, punhos e tornozelos podem dar uma maior segurança para os seus treinos mais intensos;
- Realize um bom aquecimento. Às vezes os lutadores não se aquecem e já partem pro “rola” o que pode te predispor às lesões;
- Sentiu que alguma técnica ou teve algum impacto mais importante no treino, coloque gelo assim que terminar de treinar. Isso vai te ajudar a controlar a dor e possível inflamação local.
Referências: Prevalence os injuries during Brazilian Jiu-Jitsu Training (Sports, 2017) e Injury rate and pattern among Brazilian Jiu-Jitsu Practioners (Physical Therapy in Sports, 2019)
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Cláudia Kanashiro é fisioterapeuta formada pela UNIFESP. Formou-se também em Educação Física na UNESP e Osteopatia no IDOT. Atualmente atende fisioterapia, reabilitação, recovery e osteopatia na cidade de Guarulhos.
Veja como o acompanhamento preventivo de um fisioterapeuta pode te ajudar neste exemplo com atletas de Karate: clique aqui.
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