LESÕES NO FUTEBOL AMERICANO
O futebol americano torna-se cada vez mais popular nos EUA e fora dele também. Estima-se que a participação de estudantes colegiais aumentou em 5,9% e de estudantes universitários 18,9% na última década nos EUA.
Por ser um esporte onde o contato físico é inevitável, há grandes chances de ocorrerem lesões. A NFL (National Football League – liga profissional americana) busca todo ano adotar medidas e regras que diminuam a probabilidade de lesões, principalmente as concussões que podem gerar sequelas importantes.
Entretanto, uma pesquisa publicada este ano na British Medical Journal concluiu que nos últimos 10 anos, as lesões na cabeça levaram a um aumento de tempo de afastamento do jogador; as mudanças nas regras não tiveram um impacto positivo em longo prazo para a segurança do jogador e não houve redução no número de lesões ortopédicas e cerebrais na NFL.
Além das concussões, as principais lesões que acometem os jogadores de futebol americano são as que ocorrem nos membros inferiores (joelho e tornozelo) e em menor proporção as lesões em ombros (principalmente em quarterbacks).
A taxa de lesões é maior em competições, mas sabe-se que uma taxa importante de lesões em treino também é observada.
Principais lesões durante os jogos
– Concussão, entorse de joelho e entorse de tornozelo.
Principais lesões durante os treinos
– Lesão muscular e tendínea.
Prevenção de lesões
Segundo o pesquisador Zachary Kerr, o manejo e o cuidado adequados dos atletas de futebol americano lesionados, juntamente com a identificação de fatores de risco pré-existentes, é de grande importância não apenas para garantir o retorno adequado ao jogo, mas também para diminuir o risco de lesões futuras.
Em abril de 2010, o Comitê Executivo da NCAA (National Collegiate Athletic Association – associação do esporte universitário americano) adotou uma nova estratégia para o gerenciamento de concussões no esporte universitário:
- educação anual sobre concussão para atletas;
- remoção imediata do jogo se há uma concussão ou suspeita;
- eliminação do retorno no mesmo dia de uma partida atleta concussão;
- processo de liberação para o retorno do atleta comandado por um médico.
Outros fatores que Kerr ressalta em sua pesquisa dizem respeito ao treino da técnica do tackle, visto que grande parte das lesões ocorrem quando os jogadores realizam ou “recebem” o tackle.
Em relação às lesões de joelho e tornozelo, vale a pena investigar disfunções na coluna lombar e pelve, além de fraqueza da musculatura do CORE (que estabiliza o tronco). Sugere-se também a possibilidade de realizar bandagens em tornozelo e a adesão de um programa de fortalecimento global, que inclua a musculatura do CORE e também mobilidade de quadril.
Por fim, destaco a importância de se tratar adequadamente às lesões com o intuito de que não surjam as lesões crônicas, que reduzirão a performance do atleta e também a qualidade de vida do mesmo.
Fonte
- A Systematic Review of the Orthopaedic Literature Involving National Football League Players (The Orthopaedic Journal of Sports Medicine).
- Common Injuries in Professional Football Quarterbacks (Current Reviews in Musculoskeletal Medicine).
- The First Decade of Web-Based Sports Injury Surveillance: Descriptive Epidemiology of Injuries in United States High School Football (2005–2006 Through 2013–2014) and National Collegiate Athletic Association Football (2004–2005 Through 2013–2014) (Journal of Athletic Training).
- Orthopaedic and brain injuries over last 10 seasons in the National Football League (NFL): number and effect on missed playing time (British Medical Association).
Cláudia Kanashiro é fisioterapeuta formada pela UNIFESP. Formou-se também em Educação Física na UNESP e Osteopatia no IDOT. Atualmente atende fisioterapia, reabilitação, recovery e osteopatia na cidade de Guarulhos.
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